terça-feira, 23 de junho de 2009

Às De Ouros...

Quando pego em um às de ouros, que tem um ponto somente
Lembro-me de um grande amor, que hoje está ausente
Logo fecho os olhos e ela se faz presente

Longe do país tive que estar
Em busca de dinheiro para casar
Em um jogo de sorte ou azar

No último dia resolvi arriscar
Nesse jogo madito de sorte e azar
Foi em um jogo de poker que enrriquei por amar

Na minha mão recebi um dez e uma dama de ouros caprichados
Fiz a aposta, e esperei o resultado
Dos três jogadores ficou um, tinha cara de brabo

O cabinha com cara de brabo, apostou tudo e ainda pediu fiado
Para cobrir a minha aposta que eu tinha jogado
Fiquei com medo, pense num medo arretado
...

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Regras do Jogo


Regras do jogo


Relapso? Preguiçoso? Atarefado? Eu?! Seja qual for a explicação, é forçoso reconhecer que não tenho escrito no blog com a freqüência que tinha prometido a João. Aliás, acho que o termo freqüência nem se aplica. Eventualidade, talvez. A culpa me perseguindo, assolando meu sono, mordendo meus calcanhares e todos os outros chavões possíveis, me fizeram parir uma idéia que, queira Deus, me obrigue a ser um pouco mais assíduo.


Gostaria de propor uma experiência. Uma criação coletiva. Envolvendo baristas e freqüentadores. Tipo: ao fim vou sugerir um título para a história e indicar um dos outros quatro escritores contratados pelo blog (por falar nisso, meu salário tá atrasado, hein, Jonesy?); o nomeado acrescenta um trecho (em prosa, poesia, foto, desenho, vídeo, diagrama, gráfico, sei lá) e nomeia o seguinte; àqueles que só podem comentar (os que não estão na folha de pagamento ainda), fica a tarefa de contar historinhas incidentais, que não alterem o rumo da história, mas que sirvam de cenário complementar; quando nós cinco (os eleitos) tivermos feito duas inserções cada, o próximo encerra a narrativa. Questões omissas serão solucionadas por (mim) uma comissão julgadora.


Pode ser que não fique uma obra de arte, mas, ao menos, me fará escrever dois posts, resgatará Beto do limbo e movimentará o blog, o que poderá gerar uma receita adicional de publicidade e a conseqüente regularização dos nossos soldos.

Ás de ouro. Continua, por Alessandro Medeiros.

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Azulejos

(among the clouds by lastcionz - deviantart)



Ontem mirei um céu de azulejos

E, perdido entre nuvens, ousei perguntar

Para onde voaram meus sonhos?

Que terras mais frias foram eles buscar?

Onde termina a verdade e se inicia a vida?

Céu de revelações

Azul salpicado aqui e acolá de prenúncios

Brancas maneiras de se sentir vivo

Vertigem, vórtice, veraneio sem fim

Uma tarde amena para enlevar a alma

Brisa quente desenevoando a percepção

Uma ou outra questão esquecida

Uma ou outra maneira de se dizer sim

Velas que não se apagam ao vento

Saudade todos os dias

Saudade de todo dia ser assim

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Doença Amiga

O poema abaixo é da autoria do amigo Marcos Macri, poeta e violonista de primeira qualidade. Ele tem outros escritos no baú, vou convencê-lo a nos brindar com outros.





DOENÇA AMIGA

Nutro uma encefalopatia amiga

E a fibrilação de seu abraço

Desconecta minha afinidade com a vida

Como um suspiro antecessor à morte.


Existe algo que não me permito contar,

Acompanha-me ínclito da insônia ao álcool,

Da esquizofrenia à penumbra... e notívago

Anuncia-se com a vinda de uma dor confortante.


Então, ativando uma sensação atemporal,

Faço a noite circundar minhas lástimas:

Haraquiris sem honra, tardios.


Doença Amiga, seja intolerante!

E corte minha longevidade repentinamente

Para que eu não possa me despedir...

segunda-feira, 8 de junho de 2009

No canto da parede

(Liam in Corner by Moggy - DeviantArt)



Nem ponto, nem vírgula
Alguns acentos espalhados pelo chão
A pena vagueia incerta sobre o papel
Busca de palavras
Sentido ao caos

Em dias como este, quando a inspiração refugia-se acossada em um canto de parede, tudo é mórbida semelhança entre o desejo de expressão e o silêncio do escritor. Acorde desafinado sonhando com uma voz que lhe empreste o tom. E deste mato não sai substantivo, preposições ou interjeições suficientes para referendar o desagrado. Verbo é artigo de luxo. Síntese desaforada exigindo um objeto direto-indireto sobre o qual derramar sua gramática.

Subversão do texto
Contexto de artigos indefinidos
Adjetivos pejorativos
Silepse da alma
Versos mal sucedidos
Agonia descrita em quadras sem rima
Sete laudas percorridas
Sete narrativas perdidas
Sete linhas tortas
Sete plágios
Sete palmos de papel amassado

Seria tolice contar segredos no papel, não vês?