quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Tic-tic-tic-tic

time travel by sortvind - deviantart


Os dias vão se passando e é nisso que dá. Preciosos minutos perdidos dentro de um coletivo repleto de vontades individuais, cujo único desejo comum é que o trânsito flua para que se possa chegar ao destino. Isso para quem sabe para onde está indo. E quem realmente sabe? Mais um giro do ponteiro e lá se foram outras oportunidades e criam-se novas esperanças de dias que não precisam ser nem melhores nem piores, apenas diferentes. Parece, às vezes, que o relógio só faz tic, e o tac, preguiçoso que é, aguarda um momento caprichoso para dar o ar de sua graça. Preciso de um advento, disse-me um amigo. Frisou que não precisa ser a segunda vinda de Cristo, posto que pelo sim, pelo não, ainda não está preparado para prestar as devidas contas. Convenhamos, contabilidade é uma disciplina esotérica, sobretudo quando tratamos da contabilidade da alma. E há como fazer somas e subtrações quando se trata da vida? Ou estamos tão subservientes ao capital a ponto de nos valermos de máquinas de calcular para verificarmos o saldo da existência? De qualquer modo é difícil descobrir se no fim do balanço o resultado é positivo ou negativo quando o fim ainda não chegou. O que é alentador por um lado e deprimente por outro. Alentador pois há a esperança perpétua (haja vista ser a última que morre) de que tenha valido a pena, e deprimente pois já não se estará aqui quando a fatura for apresentada. E lá retornamos nós aos conceitos do capital, Marx grita lá da eternidade: "não te falei garoto?". Enquanto isso o advento não vem. Nem vento, nem brisa que indique a mudança do tempo. Mais um tic, mais um tac, e mais uma ruga surgirá. Contam por aí que olhar para trás não é um bom exercício. Sabe-se lá, talvez sirva para que não se repitam os mesmos eventos que somem mais rugas desnecessárias, ou para que se possa ajustar o leme no rumo certo. Eis outro problema, então. E que rumo seria esse? Afinal o que é certo agora já não será amanhã e nem sempre obtem-se as mesmas respostas para as mesmas perguntas. No final, não o final do balanço, é bom que se diga, vive-se basicamente através da tática do acerto e do erro, vive-se da confiança de que o tato da alma levará cada um ao teto da vida.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Dead Man Walking

dead man walking by palycrckthesky - deviantart.com


And then one day you find ten years have got behind you
No one told you when to run, you missed the starting gun

And you run and you run to catch up with the sun, but it's sinking
And racing around to come up behind you again
The sun is the same in a relative way, but you're older
Shorter of breath and one day closer to death

TIME - PINK FLOYD

Letra completa e vídeo - Tradução


Retardo

Mental?

Tempo

Perdido?

Metal

Corroído?

Vida útil escrita na embalagem

Quebrou depois de vencida a garantia

Tarde para se dar conta

Cedo para prestar contas

Dead man walking (cantam em uníssono os carrascos)

Welcome to the jungle (grita Axel)

The green mile e uma cadeira fumegante

E onde está o milagre que tanto se espera?

Pedir perdão a si mesmo

Olhar-se no espelho e ainda encontrar-se

Mas não é assim, não é verdade?

Foi-se por aí

E vento, ventania

Tão distante e perdido

E cego e roto e sem sentido

E desfaz-se em pedaços

Deixando-se podar pouco a pouco

Dead man walking (cantam as Valquírias)

Dead man walking

Dead man walking