
Os dias vão se passando e é nisso que dá. Preciosos minutos perdidos dentro de um coletivo repleto de vontades individuais, cujo único desejo comum é que o trânsito flua para que se possa chegar ao destino. Isso para quem sabe para onde está indo. E quem realmente sabe? Mais um giro do ponteiro e lá se foram outras oportunidades e criam-se novas esperanças de dias que não precisam ser nem melhores nem piores, apenas diferentes. Parece, às vezes, que o relógio só faz tic, e o tac, preguiçoso que é, aguarda um momento caprichoso para dar o ar de sua graça. Preciso de um advento, disse-me um amigo. Frisou que não precisa ser a segunda vinda de Cristo, posto que pelo sim, pelo não, ainda não está preparado para prestar as devidas contas. Convenhamos, contabilidade é uma disciplina esotérica, sobretudo quando tratamos da contabilidade da alma. E há como fazer somas e subtrações quando se trata da vida? Ou estamos tão subservientes ao capital a ponto de nos valermos de máquinas de calcular para verificarmos o saldo da existência? De qualquer modo é difícil descobrir se no fim do balanço o resultado é positivo ou negativo quando o fim ainda não chegou. O que é alentador por um lado e deprimente por outro. Alentador pois há a esperança perpétua (haja vista ser a última que morre) de que tenha valido a pena, e deprimente pois já não se estará aqui quando a fatura for apresentada. E lá retornamos nós aos conceitos do capital, Marx grita lá da eternidade: "não te falei garoto?". Enquanto isso o advento não vem. Nem vento, nem brisa que indique a mudança do tempo. Mais um tic, mais um tac, e mais uma ruga surgirá. Contam por aí que olhar para trás não é um bom exercício. Sabe-se lá, talvez sirva para que não se repitam os mesmos eventos que somem mais rugas desnecessárias, ou para que se possa ajustar o leme no rumo certo. Eis outro problema, então. E que rumo seria esse? Afinal o que é certo agora já não será amanhã e nem sempre obtem-se as mesmas respostas para as mesmas perguntas. No final, não o final do balanço, é bom que se diga, vive-se basicamente através da tática do acerto e do erro, vive-se da confiança de que o tato da alma levará cada um ao teto da vida.
4 comentários:
Bom demais te ver escrevendo, João.
"Ou estamos tão subservientes ao capital a ponto de nos valermos de máquinas de calcular para verificarmos o saldo da existência."
Sim. Nos tornamos escravos. Aliás, acredito que nunca deixamos de ser.
Pô, Jonesy!
Voltou com tudo, mermão!
Abraço,
valcir
PS: Amanhã tem café de verdade.
Pô, Jonesy!
Voltou com tudo, mermão!
Abraço,
valcir
PS: Amanhã tem café de verdade.
Olá amigo!
Bom te "ler" aqui no blog,
Quanto tempo heinn?!
Como vc está?
Um grande abraço.
;D
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