quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Aviso aos Navegantes

(foto por Barborush - DeviantArt)


Ando um bocado ocupado. Coisas da vida. Trabalho (muito trabalho) e mais umas outras demandas que roubam tempo como político rouba esperança. É uma fase como outra qualquer, há de passar. Mas enquanto não passa os posts devem aparecer mais espaçados.

Não prometo nada, mas acho que domingo que vem vou ter tempo de postar alguma coisa nova.

Despeço-me macambúzio. Adoro escrever, bem como adoro ler vocês, visitantes fiéis.

Grande abraço.

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O Preço

(Imagem por A Constant Brother - DeviantArt)

É o preço a pagar por pensar. O preço a pagar por sentir. Dane-se essa maldita capacidade de se colocar no lugar do outro. Empatia, dizem os psicólogos. Fraqueza, dizem os que dominam. Caráter, dizem os manuais de boa educação. O homem atravessa a vida e assiste a sua obra desmoronar. Chega à meia-idade e questiona-se. É o preço por saber pensar. Ir um passo além do noticiário da TV. Ir um passo além do livro sugerido pela lista dos mais vendidos. Ir além e adiante. Shazam! Nada aconteceu e ele continua ali, no meio da multidão, sozinho, querendo saber por que a galinha atravessou a rua. E, afinal, quem veio primeiro, a covardia ou o conformismo? Olho de Thundera, dê-me a visão além do alcance! E seus óculos já não lhe servem, e a ideologia distorce a realidade, e a fatura do cartão chegou, e a mulher ligou pedindo pão e ovos, e a filha ligou dizendo que vai sair com aquele drogado-tatuado-cabeludo-motoqueiro, e ele tem provas para corrigir durante todo o final de semana. É o preço a pagar pelas toneladas de filosofia estudada, por haver retrocedido quando deveria seguir adiante, por não ter desferido aquele soco no colegial, por preferir a diplomacia ao invés da força. Deve haver uma maneira. Deve haver uma via. Deve haver algum livro de auto-ajuda que lhe diga o que fazer. Lá fora, fora de si, deve haver um lugar onde não se possa se esconder. É o preço a se pagar. Tudo gira em torno do capital, e sobre tudo há imposto, nervo exposto da carne que é fraca e apodrece aos poucos sobre os ossos cansados e descalcificados pela Coca-Cola. É estranho, é sórdido, é, ao mesmo tempo, tão comum quanto mentira virar verdade estampada na primeira página. É o preço. O apreço àquilo que não trará bonança. A dança, a valsa, o xote daqueles que não possuem culotes. E onde está o meu Deus ex-machina, pergunta-se o desavisado protagonista desta ópera grega em mal maior. E ele sabe que no fim não haverá ninguém para amarrar as pontas da história. É o preço. É o preço da ausência do freio, da ausência de fé. Das luzes que cegam e não indicam a saída de emergência. E ele entra na farmácia, precisa de pílulas que lhe tragam sono e sorriso fácil. Pague no caixa, diz a atendente.

sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Fight Club

Hoje eu vou deixar uma outra pessoa falar por mim. E, em se tratando do Clube da Luta, não poderia ser diferente, certo? Gosto da letra. Acho que ela fala muito e fala sobre assuntos que, algumas vezes, nos recusamos a enfrentar. Esta é a nossa vida? Não sei, mas vale a pena uns minutos de reflexão.

Dedico o post aos amigos Valcir e Richard... bem como ao poste que um dia pagou o pato!

If this is your first night, you have to comment.

Enjoy Dust Brothers.



This Is Your Life

tecla SAP

And you open the door and you step inside
We're inside our hearts
Now imagine your pain as a white ball of healing light
Thats right
Your pain, the pain of self is a white ball of healing light
I dont think so

This is your life
Good to the last drop
It doesnt get any better than this
This is your life and its ending one minute at a time

This isnt a seminar
This isnt a weekend retreat
Where you are now you can't even imagine what the bottom will be like
Only after disaster can we be resurrected
It's only after you've lost everything you are free to do anything

Nothing is static
Everything is evolving
Everything is falling apart

You are not a beautiful and unique snowflake
You are the same decaying organic matter as everything else
We are all part of the same compost heap
We are the all singing all dancing crap of the world

You are not your bank account
You are not the clothes you wear
You are not the contents of your wallet
You are not your bowel cancer
You are not your grande latte
You are not the car you drive
You are not your fucking khakis

You have to give up
You have to realise that someday you will die
Until you know that
You are useless

I say, let me never be complete
I say, may I never be content
I say, deliver me from swedish furniture
I say, deliver me from clever art
I say deliver me from clear skin and perfect teeth
I say you have to give up
I say evolve, and let the chips fall as they may

I want you to hit me as hard as you can (x2)
Welcome to fight club
If this is your first night - You have to fight

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Quando Escrevo


(Foto por Porc3lain Doll - DeviantArt)



Quando escrevo

Descrevo a letra que faz dicionário

Construo ponte para o imaginário

Teço rede para dormir

Para pescar

Para conectar

Concedo o sentido que quiser

O que melhor aprouver

Ao meu escrever

Quando escrevo

Lanço verdade contra o vento

Conto causos, conto tostões

Canto beleza de calar a voz

Encanto sereia com meu falar

Traço castelos no ar

Quando escrevo

Arquiteto o futuro

Refaço o passado

Aprecio o presente


Escrever é verter o caldo difuso e confuso que se forma na mente. É traduzir-se em palavras que nunca alcançam o verdadeiro significado pretendido. É expor-se por charadas. É fazer-se presente mesmo quando já se foi.


Quando escrevo

Transcendo

Fujo à regra

E não censuro

Não questiono

Não explico

Escrevo

Vassouras 2