quarta-feira, 3 de dezembro de 2008
Suposições e esperas
Suponho impossível
Logo sonho
Acordo
Vou à varanda
Acendo cigarros
Espero a revelação
E das muitas questões que surgem, poucas respostas tenho para dar. Não sei explicar nada que entendo. Minhas pretensões apocalípticas evanesceram-se ao reconhecer que necessitava pagar contas. Não as minhas. As alheias.
Suponho impossível
Logo faço orações
Joelho no chão
Mãos apontando o céu
Faço jejum
Espero a revelação
Dias incontáveis em mórbida espera. Não faltam açoites e simulacros de penitências. Não sei fazer promessas, posto que não sei como pagá-las. Tento sondar o insondável. Silêncio perturbador. Não o meu. O alheio.
Suponho impossível
Logo faço ameaças
Dramas infantis
Receita de desastre
Redijo demandas
Exijo uma revelação
A vida passa rápido. Não parece apontar para um Nirvana possível. E eu sei que tragédias anunciadas são adoráveis roteiros de filmes B. O lado avesso é confortável, o vizinho é mais feliz, há uma mosca na minha sopa, espero a propaganda acabar, tomo café com menta, ouço música que me faça pensar bobagens.
Aguardo uma revelação
Poucas palavras sábias
Um gesto
Sinais de fumaça
Aguardo, mas logo
Suponho impossível
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