terça-feira, 21 de abril de 2009

Aquele ponto no mapa

(Body Map 5.0 by Saicze - DeviantArt)


Não há o que se falar
Dança leviana repleta de símbolos
Arco voltaico
Ponte erigida que liga continentes
Linguagem obscena em tom de prece
É certo que desejos não se consumam com palavras
De certo há pecado que é melhor em braile
E são necessários muitos estudos em abril
De maneira a ler a mensagem da pele
Mapa cheio de segredos
Rota direta ao ponto de exclamação repetido ao infinito

A imaginação é mentira de perna longa
O suspiro exato do que a alma anseia
Enquanto a expedição não se pode consumar
Tem-se espera de progressões geométricas
A ansiedade prega peças ao desavisado
Não haverá viagem que revele o sorriso?
Nem mesmo escala que satisfaça?
Estrada que beire esse rio?
Não há pouso?

E o encaixe que se propõe em versos
Alcança o destino e incendeia
Converte o errado em certo
Reduz o maduro à criança
E esta sabe
Nunca houve mal-me-quer em seu jardim
Bem querer é sempre querer perto de si

3 comentários:

*blackcat* disse...

"Bem querer é querer sempre perto de si"
Lindo!!!
Oi, tudo bem?
O tempo anda curtinho...Mas sempre volto e o blog está maravilhoso!!!
Não dá pra resistir, os textos e poemas são inspiradores.
Um bjo e um abraço, até +

Ana Fernandes disse...

Poema perfeito ao que se propôs! E nesse mapa, o sorriso é o ponto de chegada... e de partida, se é que me fiz entender!!!!

Nunca foi tão bom estudar cartografia!

Bjos!

Marília Silveira disse...

É certo que desejos não se consumam com palavras... por isso necessitamos ser corpos-palco de nossas vontades.

um abraço!