sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Amores Cubistas

(self portrait by crazy recluse artist, deviantart.com)



Abrázame y muérdeme
Llévate contigo mís heridas
aviéntame y déjame
Mientras yo contemplo tu partida
En espera de que vuelvas y tal vez vuelvas por mí

(Aviéntame, interpretado por Cafe Tacuba)

Letra completa aqui

Tecla SAP

Ouça aqui




Mas você me contou segredos

E mais do que tudo

Revelou os espaços vazios entre nós

Verdade inspirada em trilha sonora de filme B

Plano A, dia D, sopa de letras miúdas

Contrato escriturado e lavrado em dia de chuva


Silêncio explícito entre amores perdidos

E o que faremos se o espólio é dor?

Arte cubista tem mais sentido

E até entendo melhor os (des)amores de Picasso

Queria aqui os relógios derretidos de Dali

Tempo congelado quando tudo era calor


Passou o tempo e as chances foram contra

Deserto em meio à multidão

Faço poesia, peço perdão

Faço tricô de palavras vazias

Mas é esse espaço que incomoda

Aquário com peixe solitário

Voltas e voltas e voltas

Espera monótona pela ração diária

Observo o baú abrir a cada minuto

Mas não há ouro

Apenas bolhas repletas de ares vazios

Que não me ajudam a respirar melhor

3 comentários:

Ana Fernandes disse...

"Faço tricô de palavras vazias"

"Apenas bolhas repletas de ares vazios"

Mergulhados no vazio o que queremos e o que somos acaba se revelando.

Ler você sempre me traz bons questionamentos...

Beijos, nada vazios!

Sueli Maia (Mai) disse...

"...e o que faremos se o espólio é dor?"
É dor que dói até não ter mais jeito e disto, deste vazio, delineiam-se
- poesia e a arte -
Há neste poema, um diálogo de uma racionalidade precisa que se mostra inútil frente as dores e os desencontros que restam dos amantes em copos e corpos vazios.
Brilhante!

Anônimo disse...

Adorei seus poemas.. :)
O modo como você descreve a angustia da espera e decepção...

*-*