Sei que escrevo palavras tortas
Mas sigo a linha
E rezo pela cartilha
Pela sua maldita cartilha
Sustento meus vícios
Beijo nuvens em sonhos que não recordo
E rego as flores no jardim
As suas flores, o seu jasmim
Passou outono, inverno, primavera, verão
Um dia a mais caminhando
E faço aniversário
Comemoro pouco, bebo muito
Mover, mover, mover, mover
E não se sabe para onde se vai
Até Deus teve um dia de descanso
Quando você permitirá o meu?
Trago livro, traguei muita fumaça
Hoje faço poema, escrevo ilusões
Mágica na ponta do lápis
Devaneios e sonhos que não recordo
Sonhos que não recordo
Sonhos que não recordo
Abri mão de mim
Piada mal contada em salão de festa
Perdido de mim
Sinal de fumaça a milhas de distância
Vejo-me passar sozinho no outro lado da rua
Rasguei umas folhas de embrulhar pão
Espero, ao menos uma vez
Lembrar dos meus sonhos
3 comentários:
Pink Floyd e essa imensidão de céu à disposição dos olhos. Alguém entregue a outro, recordando sonhos que não são seus? Sem registros?
Triste e tocante.
E um café sempre quentinho!
Grande abraço!
Como diz um escritor que eu gosto muito: "Acenda um cigarro e ouça boa música..."
Bjs
Certo. E você diz que eu escrevo muito. Tô aqui desde não sei quando tentando ler tudo.
E li esse poema aí que leu a minha cara. Também decoro cartilha, não sei se falamos da mesma cartilha. Aliás, acho que poetas sempre falam de outra coisa. O Quintana me disse isso. E Ando na linha, mas é a linha que eu criei. Linha torta mesmo.
Você escreve, João. Escreve como quem vive e falha e tem um talento de voz forte. Sempre que leio, me espanto. Gosto demais dos seus textso, poemas, desenhos... Sempre gostei.
Com carinho,
Crazy Diamond.
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